BREVE PSICOLOGIA DA MATERNIDADE: MÃES E UMA FORÇA INICIAL
- Angelo Salignac

- 2 de jul. de 2021
- 3 min de leitura
Que tipo de mãe é melhor para seus filhos? Uma mãe feliz e saudável, claro! Fica fácil identificar o básico: a melhor ajuda possível para as mulheres que encaram os desafios desse papel transformador em suas vidas.
Existem situações qualitativamente diferentes em que mães com filhos pequenos podem estar envolvidas: um ambiente urbano sujeito à violência; coabitar com familiares com depressão ou alcoolismo; viver em um ambiente opressor ou altamente competitivo são exemplos extremos. O resultado final é o mesmo - um estado de alto estresse crônico. Não estamos falando sobre força pessoal ou qualquer traço de personalidade – resiliência não é o bastante. Então, quais são os fatores que ajudam as mães a ter um bom desempenho?
A primeira e mais importante providencia parece ser óbvia: o bem-estar do cuidador principal, que geralmente é a mãe. Faz sentido que, se uma criança precisa ser protegida e alimentada, a pessoa encarregada desses cuidados deve receber no mínimo um equivalente grau de atenções. É aí que deve estar o foco, garantindo o bem-estar do cuidador principal, o que produz consequências diretas no bom desenvolvimento das crianças.
Assim como as crianças precisam de aceitação incondicional para florescer em face das adversidades, o mesmo acontece com as mães, aquelas que devem fornecer o alimento material e espiritual. Parece simples? Parece; mas isso é só aparência: em grande número de lares com filhos recém-nascidos, toda atenção se desloca para a criança, e as mães, muitas vezes são relegadas a um plano secundário.
Um pensamento bastante comum é algo como: “As mães precisam cuidar melhor de si mesmas". Mas isso é absolutamente equivocado, pois deixa de lado a parte mais importante da equação - a aceitação e a consciência de que a mãe deve aceitar e fazer com que todos saibam que precisa do mesmo cuidado e suavidade. O papel atualmente exigido das e pelas mulheres (competência, força, sucesso profissional, dinamismo) acaba por fazer com que muitos se esqueçam da importância do suporte tão necessário. Toda a família deve participar do estafante processo de cuidar de uma criança em seus primeiros meses.
Foram identificadas quatro condições que podem fazer a diferença e que estão significativamente relacionadas aos bons resultados expressos por mães, mesmo depois de considerar outros fatores, como a qualidade dos casamentos e a cooperação no trabalho invisível em casa. E não podemos esquecer o agravante da pandemia do COVID19: como isso afeta as mães?
Experimentar a aceitação incondicional é a primeira condição, e com isso queremos dizer o recebimento, sem reservas ou pudores, de compreensão, carinho e cuidados de todos na família.
O segundo é o conforto – o aconchego durante o estresse, partindo de todas as pessoas presentes quando os problemas se apresentam.
O terceiro é a autenticidade: ser capaz de ser quem você realmente é com as pessoas em seu ambiente cotidiano. Pense nisso: é preciso muito esforço para disfarçar sentimentos e emoções; logo, se você tentar esconder o turbilhão de emoções que assaltam todas as mães em certos momentos, o estresse e a hostilidade inevitavelmente se manifestarão.
O quarto fator é a satisfação com as amizades. Não se trata apenas da qualidade das amizades; é simplesmente a frequência do evento “estar com amigas ou amigos”.
O que você mudaria em relação à sua experiência na criação dos seus filhos, especialmente na fase inicial, logo após o nascimento, com base no que foi dito acima? Você se sentiu triste, deprimida, exausta, confusa? Tentou resolver sozinha os inúmeros problemas e dificuldades dos primeiros dias? Sentiu-se constrangida em pedir apoio ou apenas companhia naqueles dias?
Não espere até a exaustão completa. Faça isso agora. Uma tribo enorme de pessoas confiáveis pode estar logo ao lado, apenas esperando a oportunidade de prestar aquele apoio tão necessário!




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